FOI MAIS OU MENOS ASSIM:
(Resenha)
Um dia, homens e mulheres resolveram se fixar nas terras meridionais do
Brasil e da América do Sul. Nessa época, fatos de bravura, lendas e narrativas
faziam o registro do cotidiano dessa população que em seu pioneirismo legou a
descrição do ser GAÚCHO.
Segundo
sua gênese, o verbete “Gaúcho” possui manjedoura no pampa platino e denominava
seres que não eram atrelados a reis, leis e compromissos com pátria ou nação,
sendo assim, não eram atrelados a normas decretadas pela coroa de Portugal, e
tão pouco regravam-se por estatutos da Espanha.
Os
ÍNDIOS, nativos que “recepcionaram” os exploradores europeus, englobavam-se num
conjunto de tribos diferentes, há livros que de 05 a 08 tribos, que formavam a
população nesta época.
O
primeiro grupo de “intrusos” (homem branco) objetivava escravisar os filho
natos desta “querência”, como de fato o fizeram.Em meados de 1580, bandeirantes
paulistas penetram no sul do Brasil aprisionando povos nativos para o trabalho
escravo. Após estes, jesuítas espanhóis aqui se instalam para “rebanhar” o povo
“incrédulo” no processo que ficou conhecido por MISSÕES JESUÍTICAS ,com o
objetivo de catolicizar os nativos.Têm-se aí os primeiros entraves de guerra
(repulsão) entre nativos e exploradores.
Quanto
aos bandeirantes, sabemos que seu objetivo era buscar nos índios mão de obra,
pois tais possuíam práticas de cultura. Daí o interesse covarde de Raposo
Tavares e outros.
Tratando-se dos jesuítas, a exploração era um
pouco disfarçada, e com o álibi da catequização, se tornou até um favor, o que
os membros da Companhia de Jesus fizeram aos
nativos. Mas isso é assunto para próxima coluna.
Falemos
agora, um pouco sobre as manifestações culturais do povo gaúcho:
TROVA:
Pertencendo à literatura oral, é tida junto
com a poesia, como a primeira manifestação artística do gaúcho, têm-se
convicções que foi a primeira manifestação artística da humanidade, após as
pinturas rupestres ainda no tempo dos hominídeos. Os cantores de trova, já eram
responsáveis pelos intercâmbios entre as dinastias faraônicas e os grandes
impérios, a trova do larai, vem como a primeira demonstração, advinda de
antigos lenhadores gregos. Homero, descende dessa arte que gerou ramificações
que até hoje são praticadas.
Na
atualidade, a trova consiste num trocadilho de versos onde os trovadores exibem
habilidades e destreza de pensamento, além do talento natural de quem nasceu
trovador. O assunto vai tomando consistência, conforme se alternam os versos. Antigamente,
a trova se estendia por horas até que o cansaço vencesse um dos trovadores o
qual entoasse o verso de despedida, seguido pelo companheiro o qual encerrava a
trova. Naquele tempo, erros de concordância verbal e até mesmo rimas encostadas
passavam sem que houvesse cobrança. Hoje em dia, com os festivais, o número de
versos é limitado, devido à quantidade de concorrentes que formam as duplas.
Antigamente,
num tempo não tão distante a trova era tida como arte de desocupados, bêbados
ou sujeitos sem notoriedade. Hoje, com os temas e o controle dos festivais, a
trova tornou-se mais aculturada (intelectualmente) e os trovadores são tidos
como sábios intelectos do verso natural, o que de fato realmente são.
Fonte: MARQUES,
Lílian Argentina B. e outros. Rio Grande do Sul: Aspectos do Folclore.Porto
Alegre: Martins Livreiro, 1995.
KICH, Bruno Canísio. Pequena
Enciclopédia gaúcha. Porto Alegre: Corag, 2004.
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